12 janeiro 2014

Words

Cada vez vivo mais desiludida ao ouvir tantas e tantas coisas que são ditas como meras barbaridades. Podiam magoar-me por atitudes, mas não, insistem em abrir ainda mais cada ferida com a frieza das palavras que tanto gosto e com a inocência das letras mal pronunciadas.
Parece irónico, que esteja neste instante a explicar o que se passa na minha pequena alma por palavras enquanto são elas mesmo que me deixam assim.
Porquê? Porque é que elas interferem tanto nas nossas vidas se não passam de simples palavras? Porque é que insistem em usá-las como elemento de conforto se elas nada demonstram? São inúteis, não nos dão certezas, mentem-nos e iludem-nos em verdades inconcretizáveis.
Vivo consumida pela vida, pelo tempo e por incertezas que jamais algum dia me farão sentir bem, e como conforto dão-me e eu mesma procuro as palavras, como se o tempo que perco aqui a escrevê-las e a unir cada letra fosse resolver cada problema do meu dia-a-dia e cada ferida do meu corpo. Passamos por ridículos ao achar que um "vou ficar contigo para sempre" poderá ser verdadeiro. Será que não percebemos que são palavras? PALAVRAS, algo imaterial que é levado com o vento, que é abatido com o calor e desfeito com a chuva. Será que não percebemos que as palavras não são sentidas e que os gestos são disfarçados por essas senhoras da má vida que nos conduzem por maus caminhos? 
É por isso que apesar de tudo não deixo de perder o meu tempo aqui a escrever. É por ainda não ter percebido que as palavras nada resolvem que continuo a corroer-me pelo tempo e a deixar-me juntar cada pequena letra até formar frases bonitas que me continuam a iludir, pensando que tudo se resolve nestes 10 minutos em que clico em cada símbolo branco deste velho teclado preto.

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