14 abril 2014


É  no instante em que tento adormecer que me lembro das memórias assassinas. É no preciso momento em que a minha respiração ganha ritmo e se envolve no barulho silencioso da noite, que todas as palavras ditas e os gestos mal imaginados, se instalam no meu corpo, fazendo com que a pequena brisa do sono despareça. É naquele mesmo minuto, em que já embalada na lembrança do teu sorriso e na pacatez do teu olhar que toda aquela vontade de chorar se torna tanta que trás uma melodia irritante ao som do silêncio. É na altura em que me acalmo com a certeza do teu amor, que a incerteza do nosso futuro se envolve nos meus lençóis e me impede de ter tranquilidade durante a noite. É a incerteza das nossas vidas, a inquietação da mudança e o receio do teu futuro entrelaçado no meu que me impedem de adormecer e me fazem regressar à rotina de todos os dias, que é adormecer a chorar por pensar demasiado nas coisas e em ti.

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