17 junho 2014

Deito-me.
E adormeço. Como se nunca tivesse dormido.
Permaneço deitada a dormir - a recuperar a energia que as estrelas me enviam.
Durmo como se nunca tivesse dormido.
E descanço na esperança de acordar para mais uma vida.
Acordo.
E volto a viver. Vivo pela primeira vez, e abraço vidas já vividas.
Crio vidas e olho-as como desafios constantes à minha sobrevivência.
Vivo intensamente, e às vezes nem paro sequer para viver.
Não tenho tempo para isso.
Nem para parar. Nem para viver.
Então fingo que vivo enquanto estou acordada.
E à noite, nem durmo então.
Adormeço sem dormir.
E no tempo que desperdiço deitada - enquanto poderia estar a viver -
penso no que deverei fazer no dia seguinte para perceber que viver vale a pena.
E vou continuar assim.
A achar que não vivo, enquanto vivo as melhores sensações do mundo.
A achar que o mundo pára, que há tempo, que há certezas, que há um amanhã.
Pois enquanto achar isto estou a achar que sei viver.
E tenho certeza - como se as certezas existissem - que no final desta vida, morrerei de coração cheio pelas vidas que vivi, e de mente preenchida para as vidas que não vivi, mas que um dia viverei.

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